S.O.L.: Gothic Tales
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

The Battle of Divas

2 participantes

Ir para baixo

The Battle of Divas Empty The Battle of Divas

Mensagem  Camille, die Schöne. Qui maio 09, 2013 2:35 am

Se sua pomba não gira não tente parar a minha. (k)
Camille, die Schöne.
Camille, die Schöne.

Mensagens : 4
Data de inscrição : 24/01/2013

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Evolet Hoff, Condessa Qui maio 09, 2013 3:03 am

Divas no plural? Eu só vejo uma aqui: eu.
Evolet Hoff, Condessa
Evolet Hoff, Condessa

Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/09/2012
Idade : 39
Localização : Hungria

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Evolet Hoff, Condessa Qui maio 09, 2013 3:41 am

Século XIX e algumas bolinhas.


Meio de uma cidade que eu nem lembro o nome, sob sol de meio dia com um vestido que antes já foi azul, mas agora parece cinza.

- Você realmente sabe pra onde se dirigiram os demais?

Eu devia chamá-la de senhorita, mas não gasto pérolas aos porcos, e você também não gastaria se tivesse se passado por homem por semanas, sido desmarcada e ainda ficasse ouvindo gracinhas de uma rameira vinda de alguma cidade qualquer, sem sobrenome relevante na sociedade e que se acha nas condições de dar ordens, como por exemplo arrastar esse caixote pelo chão - lembrando que acabou de cair água e o barro sobre cada vez mais nesse farrapo que outros chamam de vestido.

- Será que dá pra me ajudar?

Cansada de puxar essa caixa por essa espassa corda imunda, simplesmente me sentei sobre a caixa, retirando meus pés da lama.

- Seu turno.

- Estou ocupada, queridinha. Tentndo achar o caminho de volta.
- É, mas eu já me ocupei demais, minhas mãos doem.
- Você mal arrastou isso! Poupe-me de dramas. Quando se vestia como homem era mais prestativa, ou pelo menos fingia. Pena que o disfarce não durou mais, não é, coração?

Por que ela insistia com os apelidos e intimidades que eu detestava? Sequer sorri, e tampouco levantei. Ela me fitou com os braços cruzados, encarando a altivez que eu ensaiava.

- Saia daí.

E foi na minha direção sem cerimônias, querendo abrir o baú sobre qual me sentara. Não arredei o pé, indisposta. Ela parecia irritada, e aquilo consolava todo o suor que brotava do meu colo e pescoço. Não tive como prever a força daquela garota, mas se não tivesse apoiado o pé na lama escorregadia, provavelmente estaria banhada nela. MAS QUE VAGABUNDA! Bufei, e quando ela tirou um pergaminho eu parei de raciocinar, e simplesmente fui até suas costas, metendo-lhe um soco bem abaixo da nuca. Esse funcionou como um empurrão, fazendo Camille cair de joelhos no chão. Por um instante meu sangue devia ter gelado, mas qualquer que fosse o espírito que me tinha possuído, me fez gritar no meio da rua que estava farta, que ela era uma desqualificada sem família ou linhagem e que não era digna de caminhar no mesmo chão que eu. Ainda disse que agora ela estava no lugar onde devia estar, como uma porca que era. Sei que não foi bonito, mas as palavras saíram sem controle ou sem que eu quisesse pará-las. Era ela, era aquele caipira americano, era o Lupin ladrão de identidade, era ter que dormir no mesmo ambiente que outra prostituta - a mecânica. CHEGA!
Evolet Hoff, Condessa
Evolet Hoff, Condessa

Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/09/2012
Idade : 39
Localização : Hungria

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Camille, die Schöne. Qui maio 09, 2013 4:08 am

Não bastava andar parecendo uma árvore de natal engomada, a mimadinha ainda agia como um peso morto no bando. Não conseguir levar aquela caixa era o cúmulo da inutilidade, enquanto eu fazia meu serviço: farejava com atenção para descobrir a rota de nossos companheiros. Podia sentir o cheiro de Robert há quilômetros, e não era necessário ser uma loba para isso. Mas de qualquer forma, aquela cidade portuária fedia à tripas de peixe, tripas de lula, siris podres e camarões fedorentos, o que não facilitava nenhum pouco meu humor. Além do mais, o velho peixeiro deu um apertão em minha nádega assim que desci do navio. Argh, velho insolente! Mas pior do que o apertão, era o cheiro de sangue de peixe impregnado em minha roupa. Por mais que fosse um aroma muito sensível para os humanos, eu sentia com se eu tivesse dançado O Lago dos Cisnes em cima da barraca de peixes.

Tudo bem que minha força era no mínimo o triplo dela: ser uma aberração tem suas vantagens. Puxei com força o baú e já que ela se recusava a sair, infelizmente, ela não caiu na lama de uma vez. Por mais que eu soubesse de minha capacidade elevada para mover objetos, me surpreendi quando percebi que aquele baú não era nem um pouco pesado. Irritada, abri de uma só vez a tampa daquele objeto e me deparei com papeis velhos, inúmeros papeis velhos. Aquela fresca não conseguia levar um amontoado de papeis? Irada, peguei um dos itens que estavam ali dentro. Mas quem diria que a engomadinha iria dar um belo surto? Senti apenas um golpe em minha nuca, o suficiente para me desequilibrar e cair de joelhos no chão. A vaca gritou algumas coisas que não entendi muito bem na hora, culpa também daquele sotaque horrível do canto de onde ela saiu e também da minha confusão por aquela cena tão rápida, só entendi que ela me ofendia e isso foi o suficiente. Quando me chamou de porca, levantei rapidamente. Sentia minhas unhas se tornarem garras já e não foi fácil, mesmo com as técnicas de meditação que com tanta habilidade me permitiam controlar minhas transformações, não enfiar minha mão com as unhas pontudas no rosto daquelazinha. Segurei firme minhas mãos fechadas, até que tocaram sem querer num bolso de meu vestido – era com aquilo mesmo que eu me vingaria.

Rapidamente, tirei um leque que compramos quando a ordem passou pela China. Era um leque de madeira maciça e com ele voei pra cima de Evolet, fazendo com que ela caísse de costas na lama. Com o cabo do leque bati repetidas vezes na testa dela, até que com a força que investia nos golpes o leque saiu voando longe, me restando apenas as mãos já sem as garras. Os camponeses gritavam, leiloavam meu leque entre eles, faziam apostas.

- PORCA...É...SUA...VÓ...SUA...BISCATE!! – gritava já enfurecida, tendo a certeza de que esfregava bem o cabelo de Evolet na lama, enquanto que com minha outra mão me certifiquei que rasgava a parte superior do vestido dela, fazendo com que agora a condessa desfilasse com os seios quase pra fora.
Camille, die Schöne.
Camille, die Schöne.

Mensagens : 4
Data de inscrição : 24/01/2013

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Evolet Hoff, Condessa Seg maio 13, 2013 4:37 am

Não fosse a lama, a dor de cabeça seria muito maior. Minha cabeça latejaria horas depois, mas naquele instante eu sequer sentia a dor, era tudo tão rápido e as palavras dela apenas me alimentavam mais a fúria. Na mente e na boca usava todo o repertório aprendido com minhas amas de leite, sendo assim "rapariga de cego", "filha de uma puta ruim", "mula" e afins saíram aos berros, queimando minha garganta. Apnhava sim, mas brandava todos os nomes contra a honra dela. O leque acabou arrancando um pouco, bem pouco, de sangue. Mas também não senti o corte, apenas identificando qual era o objeto nas mãos de Camille quando esse já voava. Os feirantes se aproximavam gritando coisas, como que torcendo pra uma ou outra. Inflamavam tudo, e era óbvio que eu respondia. No, comerciantes paravam suas carroças e se aglomeravam. Outros tentavam fazer apostas, com um espírito de porco títico do Lupin. Uns mais afoitos jogavam "armas" pra que nós usassemos, como se fôssemos gladiadores. Eu estava fula! Tentei mais de uma vez sair debaixo dela, mas a cretina tinha uma força que eu desconhecia. Foi quando um senhor tentou puxar Camille, e a moça parecia ceder, percebendo que já tinha tido sua vingança. Não sei bem, mas ela pareceu se recompor mais rápido que eu, e logo me olhou com um ar de superioridade que me enfezou os nervos. Quando ela cedeu, tratei de me sentar, e limpar a cara suja de lama e sangue. Quanto mais me limpava, mais me sujava. Olhando pros lados, vi uma panela jogada ao meu lado, por impulso, segurei-a e me ergui, e corri na direção da cadela, pronta pra bater com aquele metal no meio das suas fuças. Mas ela desviou, e apenas consegui acertar seu nariz, que logo começou a sangrar. O apito da polícia e barulho de cavalos logo afastou o público.

- PAREM EM NOME DA LEI! PAREM! PAREM!

E logo guardas se meteram no meio da gente. Eu senti medo, e num primeiro impulso, neguei as mãos pedidas para serem algemadas. Mas meu lado racional logo me fez ceder, pior seria resistir. Claro que brandei que era condessa, nobre, húngara, filha de um conde importante, ... mas meu forçoso decote contrariava todo o decoro que eu pretendia passar. Num impulso levei os pulsos aos seios, cobrindo minhas vergonhas que todos já tinha visto. Ahhhhhhhhhhhh! Para minha surpresa, prenderam-me junto de Camille, que estava enfezada tanto quanto eu, mas se mantinha altiva, aparentemente com menos medo que eu. Devo ter grasnado todos os títulos que lembrava de minha família. Estava nervosa, e aquilo foi evidente. A pompa de nobre podia tentar encobrir, mas não conseguia disfarçar. Eu gaguejava, perplexa por estar sendo levada até a cadeia. E apenas chegando até a entrada de minha cela, caí na real daquele pesadelo, e de que os títulos em nada me ajudariam. Num último clamour soltei:

- Isso é um ultraje contra uma condessa!!! Eu sou rica! Eu posso pagar vocês! Senhores, resolvamos isso como pessoas civilizadas.
- A dona tava muito civilizada lá fora, hein? E esses peitos também.

O quêeeeee? Por um instante achei que estava na presença do caipira imundo, aquele tal Robert. Mas no fundo, eu realmente desejei que um dos cavalheiros do nosso bando imrrompesse a porta da delegacia. Olhei na direção dela por alguns segundos, até que finalmente fecharam minha cela e tudo o que eu fitava, estava depois das grades. Exceto Camille, aquela mocinha de merda presa no mesmo lugar que eu.

- Você se dá conta do apuro em que estamos, sua... sua... argh. Guarda? Por favor, guarda?
Evolet Hoff, Condessa
Evolet Hoff, Condessa

Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/09/2012
Idade : 39
Localização : Hungria

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Camille, die Schöne. Seg maio 13, 2013 5:11 am

Eu e Evolet continuávamos enroladas na lama, eu por cima dela, o suficiente para deixar aquele cabelo repleto de cuidados cheio de barro. Eu sabia o quanto a condessa era vaidosa, não que eu não fosse, mas eu estava acostumada a sair nas noites de chuva nas regiões verdes ao redor de Berlim como loba, sentir a liberdade na pele. Um banho resolveria tudo depois e o fato de eu não ter nojinho me dava uma considerável vantagem sobre ela. Por fim, quando senti que eu estava vingada, deixei que um dos homens me levantasse. Não pude resistir de olhar Evolet ali, jogada na lama. Mas apenas meu olhar foi o suficiente para deixar aquela histeria mais doida ainda, vindo atrás de mim – veja só – com uma panela! Confesso que não resisti de soltar um sorriso ao ver aquilo, queria muito que o resto do bando presenciasse aquela cena. Infelizmente, meu deleite foi meu ponto fraco: quando retomei a consciência, ela já estava próxima o suficiente com o objeto. Desviei, mas não pude poupar meu nariz que sangrava. Eu ia novamente partir para cima dela, se não fosse um apito irritante do delegado que vinha como uma vespa em nossa direção. Evolet, mesmo em choque com o acontecimento, acabou cedendo para que colocassem as algemas dela. Gritava e se debatia, dizendo ser a condessa-de-não-sei-onde, baronesa-de-algum-lugar e filha-de-alguém-ai. Quando o guarda veio em minha direção, com as algemas abertas e próximas de meu pulso, resolvi usar uma estratégia muito mais eficaz com homens.

- Oh, meu querido delegado! – disse, com um tom de voz macio e quase sussurrado. Aproximei-me do ouvido dele, apoiando uma de minhas mãos no peitoral. Eu sabia que, como lobisomem, eu cheirava a reprodução, uma verdadeira maré de feromônios. Era só eu chegar próximo para ele sentir. – Por favor, meu amado delegado, você não quer mesmo me pender, quer?

Mas então que o destino novamente fez uma armadilha para mim: o maldito estava gripado! O nariz trancado não permitia que ele sentisse os hormônios que eu exalava para seduzi-lo, pelo menos não em uma quantia suficientemente alta para ele cair em meus encantos. Não tive outra escolha a não ser a algema, junto com Evolet. Ela gritava desesperada, dizendo que era nobre e tudo mais que ela poderia dizer. Eu poderia facilmente me libertar as algemas com minhas habilidades, mas sabia que só geraria mais confusão. Fui para a cadeia onde novamente tive azar: o delegado não sentiu meus hormônios, mais um bêbado preso na cela do lado sentia e, como um cavalo na época de reprodução, ficava assobiando desesperadamente e me dizendo coisas obcenas. Sentei-me no canto, limpando o sangue de meu rosto com um pedaço menos sujo do vestido. Mas confesso que foi um alívio escutar um dos guardas dizer sobre os seios de Evolet, seios esses que, acredito, nunca foram vistos por um homem adulto.

- Sei muito bom, Srta. Hoff. Mas não se preocupe, tenho certeza que... – interrompi minha fala, olhando para um cachorro que tinha no pescoço as chaves para abrir o portão. – Olhe, olhe! Aquele cachorro... – comecei a chamar o animal delicadamente, mas ele se aproximava de forma tímida e acanhada. Quando senti que poderia ter em mãos as chaves, o maldito animal saiu correndo! – VOLTA AQUI SEU CACHORRO MALDITO! VOLTE AQUI AHHHHHHHHHH

Aquilo era demais. Quanto tempo mais eu ia ter que ficar na cadeia, com um bêbado me cantando, um cachorro medroso, um delegado gripado e um condessa cheia de chiliques?
Camille, die Schöne.
Camille, die Schöne.

Mensagens : 4
Data de inscrição : 24/01/2013

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Evolet Hoff, Condessa Seg maio 13, 2013 5:39 am

Ahá! Que gostinho que tive ao perceber que o delegado não caíra nos "encantos" daquela prostituta. Era incrível como todos os homens ficavam babando por ela. Claro, eu bem sabia que os homens eram mais fadados a terem desgosto que gosto, e preferiram as desfrutáveis, mas ao menos o delegado escapava! E ganhava minha sincera admiração. Outro consolo foi ver o bêbado atrás dela, mas logo a vitória virou espanto visto que o imundo e depravado ameaçava se esfregar na grade. Demorei alguns instantes pra notar, mas logo me pus enojada.

- Guardas? Tem um homem infringindo o decoro aqui. Guardas?

Ele pareciam me ignorar, como se o vestido rasgado me fizesse menos digna. Ora pois! Eu havia dado um jeitinho de amarrar duas pontas soltas e cobrir melhor minhas vergonhas. Finalmente ela me respondia, e agora curiava um cachorro.

– Olhe, olhe! Aquele cachorro...

- Agora não é hora de amor por animais, sua louca.

Mas logo me interessei ao ver o que o animalzinho tinha no pescoço. Não consegui evitar, e logo tentava ajudar, o que talvez tenha assustado o animal já que quase me joguei no chão pra que ele viesse até nós. Estava desesperada demais para estabelecer uma cota máxima de humilhação diária.

- Cachorro idiota. Idéia idiota. Bêbado idiota. Sugiro que esperemos por ajuda. Logo logo os homens vão notar minha falta.

Dizia isso com naturalidade e confiança inabalada, sentando-me num banco. Suspirei, distraída. Passava as mãos pelo vestido, tirando o barro. Claro que notariam minha falta, afinal, "eu era o dinheiro", e sem mim eles não iriam longe. E assim tentei ficar, ignorando ao máximo possível as podridões que o bêbado dizia.

- Ralé imunda, cale essa boca antes que eu mande os guardas irem aí!
- Tem espaço pra a senhora também, debaixo das calças eu tenho pra dar e vender.
- Guardas! GUAAAAAAAAAARDAS!
- Calem a boca!
- Mas ele --
- Condessa, ou seja lá quem for, se não parar de falar vou julgar que é louca, e mandá-la para um isolamento. Estamos entendidos?
- ... sim, senhor. Perdoe-me. É que ele... - Camille me segurou pelo ombro, evitando novos protestos. Calei.

O instante do jantar foi o pior, com aquela comida estranha e algo que já havia sido um pão, mas agora parecia uma pedra. Minha primeira reação foi recusar aquilo. Mas a água acabei aceitando. Dei um gole pequeno, acabando por cuspir imediatamente, ainda que delicada e dentro do próprio copo; sem querer negando minha educação. Papai que me perdoasse, junto com toda a corte húngara, mas AQUILO TINHA UM GOSTO TÃO ESTRANHO!


- Por favor... essa água... eu acho que possui um sabor fascinante, diferente e peculiar dentre todos os que já provei. E até onde sei, água não tem esse gosto. rs...
- Srta. Hoff!
- Que é? Tem gosto ruim!

Pra minha sorte ou azar, eles não ouviram. E após 6 horas, quando acordei do banco, o copo ainda estava lá. E agora mais convidativo. Me neguei ao que quis fazer, e fui dormir de novo. Mas o banco era tão duro! Logo estava de pé, observando o lugar, com sua sujeira e um monte de palha no canto. Apoiei-me no banco e fitei a rua através da janelinha. Buscava um sinal de alguém do grupo. Nada. Mais algum tempo que pra mim pareceu longo demais, e com receio, contra tudo que julgava lógico, bebi um gole daquela água. Meu impulso foi o cuspir, mas engoli morrendo, e logo estava tossindo. Pouco a pouco bebia aquela coisa. Quando o dia amanheceu, esperei sentada pelo socorro. Ainda estranhando a demora. "Eles devem estar chegando até antes do meio-dia", pensava e repetia pra mim mesma. Constatei algo desgradável e me aproximei de Camille, que ainda dormia. Cutuquei ela, cochichando:

- Com licença, senhorita... Mas acho que vossa senhoria sabe mais sobre esses locais populares que eu... onde fica o toalete deste recinto?
Evolet Hoff, Condessa
Evolet Hoff, Condessa

Mensagens : 4
Data de inscrição : 05/09/2012
Idade : 39
Localização : Hungria

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Camille, die Schöne. Seg maio 13, 2013 6:10 am

“Logo logo os homens vão notar minha falta”, ora essa, como se não fossem notar a minha. Tudo bem que ela era o dinheiro da aventura, mas na maioria das vezes, quando a situação se tornava caótica e desorganizada, a ordem precisava de meus pulsos firmes pra reestabelecer a coisa toda. Tudo bem que em certas horas eu sumia no meio do mato por horas, ou me enfiava em alguma casa de ópio de algum turco. Enquanto isso, aquele bêbado maldito continuava excitado ao extremo e bem, admito que por minha culpa. Mas pelo menos me divertia observar Evolet tentando controlá-lo e mais divertido ainda foi ver a bronca que levou do delegado. Mas, de qualquer forma, ia ser ainda pior aguentar aquela prisão fétida sozinha. Toquei os ombros dela para que se calasse no momento certo, até a hora que o delegado se foi.

Para minha surpresa, a noite já estava caindo. Logo os guardas chegaram com os pratos de comida. Era uma carne estranha e dura, acredito que de porco, com um osso bem afiado no meio, junto com arroz e algo que acredito que eram batatas. Estava faminta e, antes que eu ficasse com tanta fome e arrancasse um braço de Evolet, comi aquilo mesmo, engolindo uma grande quantidade de água quando sentia que a comida entalava em minha goela. Mas claro que Evolet reclamou da água, do gosto...exótico que ela tinha.

- Srta. Hoff!

Demorei a cochilar. Confesso que, com o espírito selvagem que habitava em mim, o cárcere era duplamente mais penoso. Pensava como sair dali. A Ordem provavelmente procurou em todos os lugares por nós, menos na cadeia. Estava desolada e pensativa, tramando como fugir quando recebi um cutucão. Naturalmente, apontei para o monte de palha.

- Ali é o toalete.

Como já esperava, seguiu-se um chilique para que ela utilizasse o “toalete” de nossa amada cela. Me virei de costas então para ela, me deparando com o fino osso da refeição do dia anterior. Olhei para o cadeado podre do portão, novamente para o osso e para o cadeado...enfim, coloquei a parte mais fina e pontiaguda no buraco da fechadura. Movi algumas vezes, sem esperanças, quando então ouvi um magnífico “clic”. Abismada, foi necessário só um único empurrão para que aquele portão se abrisse.
Camille, die Schöne.
Camille, die Schöne.

Mensagens : 4
Data de inscrição : 24/01/2013

Ir para o topo Ir para baixo

The Battle of Divas Empty Re: The Battle of Divas

Mensagem  Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos